quarta-feira, 2 de maio de 2018

 Negão da Macaúba(O terror dos bairros) - Nos anos 80 em Teresina, circulava a história do Negão da Macaúba.Negão Era um misto de fantasma que agredia as   mulheres. O fato ganhou os bastidores da imprensa e rendeu comentários naquela Verde capital piauiense. Para muitos foi um contra peso para quebrar aquela rotina. Sendo assunto típico da literatura de cordel, o poeta Guaipuan Vieira escreveu sobre o assunto.

  

      Foi nos anos de oitenta
Que na grande Teresina
Houve moça agredida
Mudava aquela rotina
E a polícia em prontidão 
Para prender o Negão 
Acabar sua negra sina.

Os bairros da Macaúba,
Vermelha com Tabuleta,
Piçarra, Monte Castelo,
A coisa era mais preta.
São Pedro e até o Horto 
Afirmavam: vai ter morto,
Não prendendo esse maleta.

Toda imprensa registrava 
Aquele acontecimento
E o maníaco ou fantasma
Mais provocava tormento.
O padre lá na igreja 
Rezava Deus nos proteja!
Com a missa e sangramento.

Igrejas eram lotadas
De fiel e até ateu.
Teve um cabra valentão
Que em muita gente bateu
Porém um dado momento,
Barulho vindo do vento,
Bem pra longe ele correu.

Mulheres não mais saíam 
Sem ter acompanhamento,  
E a polícia investigando 
Pra um desfecho a contento.
Mas o Negrão se sangrava, 
Pra outro bairro migrava
E a cidade em tormento.

Uns diziam: é a besta-fera
Que vem buscar pecador,
Pra outros o lobisomem 
Que é de sangue bebedor,
E nessa terra tão quente
Veio atrás de um ser vivente
Que amenize o seu clamor.

Mas os dias de tormento
De súbito paralisou.
Não foi preso o procurado,  
Normal a vida voltou,
Mas pessoa fuxiqueira
Uma outra estória, ligeira,
Na cidade divulgou.

Pra muitos a Num-se-Pode 
Vagando na escuridão,
Naquelas horas de cio 
Acasalou com o Negão,
Fez romance imediato
E depois fizeram trato,
Ele foi pro Maranhão.

Da polícia o secretário 
Fez ligeiro a coletiva,  
Explicando para imprensa 
Mantendo a voz ativa,
Que o Negão tava acuado 
E fugir foi resultando 
Por ver força repressiva. 

A história do Negão 
Que atacava a mulherada
Foi um fato acontecido 
Pela imprensa acompanhada.
Juro que só descrevi
O que no rádio eu ouvi,
Não foi conversa fiada.

 Fortaleza,1984 - O autor é filho de Teresina, radicado em Fortaleza desde de 1978. Sempre acompanhou as notícias da Verde Capital piauiense, na época através da Rádio Pioneira de Teresina, que transmitia em (OT) ondas tropicais, 60m, afirmou o poeta.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Saberes e Vivências -UFC

Poeta Guaipuan Vieira faz palestra sobre literatura de cordel,na Universidade Federal do Ceará-UFC
São 42 anos de experiência com a arte de fazer versos

“Conservar as raízes do cordel é preservar uma cultura autêntica dos acontecimentos de nosso povo. Ignorá-lo é queimar um documento histórico.” Guaipuan Vieira







domingo, 3 de dezembro de 2017

Ser Poeta

Em 2013, no Bar dos Amigos, no bairro Airton Sena, em Fortaleza,
o poeta Elias Queiroz, também folheteiro (vendedor), estava como
de costume gravando a cantoria, quando o poeta João  Amoroso,
que cantava com José Soares, perguntou nesta sextilha, ao poeta
Guaipuan, o que era sê poeta:

Guaipuan você  me diga
Com um verso bem certeiro
Pra você o que é poeta,
No mundo do violeiro,
Do cordel e poesia
No Nordeste brasileiro?(João  Amoroso)

Guaipuan ouvia atentamente. Ele é improvisador, mas se dedica na produção  do cordel. Já tinha bebido uma pinga boa. E ficou matutando, enquanto a dupla cantava. Logo sobressaiu , com esta estrofe:

Quem nasce pra ser poeta
O verso tem rima pura,
Expressa oração correta
E a métrica é bem segura. 
Espontâneo versejar
Que o tempo faz registrar
Em sua casa de cultura. (Guaipuan Vieira)



sábado, 11 de novembro de 2017

EXPOSIÇÃO DE XILOGRAVURA E CORDEL NO II SEMINÁRIO 
DE FORTALEZA

Cecordel participou do II Seminário de Fortaleza, Desafios para o fortalecimento da Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, promovido pelo IPHAN, núcleo de Fortaleza. O evento aconteceu no Sineteatro São Luiz, nos dias 9,10 e 11 de novembro. Na exposição de cordel estiveram à frente os poetas Gerardo Carvalho(Pardal), Guaipuan Vieira, Paulo de Tarso e Nonato. O curador da exposição de xilogravura foi o poeta e xilógrafo Otávio Menezes, da SECULT. Estão na foto: Guaipuan,Igor do IPHAN,Pardal e Nonato. 



sábado, 2 de setembro de 2017

XILOGRAVURAS DE OTÁVIO MENEZES


Realizada na XII Bienal internacional do Livro do Ceará e inspirada no tema do evento “Cada pessoa, um livro; o mundo, a biblioteca”

Certo dia, fui surpreendido por Otávio Menezes, poeta, cordelista e xilógrafo, com três matrizes e gravuras dos Mestres Expedito Seleiro, Lucas Evangelista e Mestra Dina, narrado suas biografias. Fiquei encantado com o trabalho e lancei um desafio para que fizesse as 59 matrizes com os Mestres e Mestras da Cultura. Com maestria, Otávio talhou os traços de cada um dos Mestres e Mestras da Cultura. Com esses talhos, revelou não só os veios das marcas temporais em seus rostos, mas também as veias e vias das artes ofícios, dos sabores e fazeres dos Mestres e Mestras que transmitem nos mais diversos rincões do Ceará seus conhecimentos milenares e comunitários, pois a cultura é um saber\fazer comum e solidário, como a vida desses mestres e como essa bela exposição de Otávio Menezes que, na verdade, é uma celebração à cultura popular e tradicional do Ceará.

        Fabiano dos Santos Piúba – Secretário da Cultura do Estado do Ceará
                                                                                   
SÃO 59 GRAVURAS - TESOUROS VIVOS DO CEARÁ- MESTRES E MESTRAS DA CULTURA POPULAR TRADICIONAL
       ACESSE:http://www.cecordel.com.br/

30 ANOS PRESERVANDO E INCENTIVANDO O FOLHETO DE FEIRA-CORDEL-

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

 Espanha chora seus mortos

No encerramento da II Feira do Cordel Brasileiro, realizado nos dias 17 a 20 de agosto, na Caixa Cultural Fortaleza, o poeta Guaipuan Vieira ao se apresentar, leu este poema de cordel, em solidariedade ao povo espanhol, vítima de mais um atentado terrorista.
Espanha chora seus mortos
Toda Europa se enlutece,
O mundo com sentimento
Entre a emoção se entristece,
E aquela mão assassina
Vai seguindo sua rotina,
Para ver quem mais padece.

Mês de agosto, dezessete
Na região Barcelona,
Uma pessoa insensata
Numa van, o mal detona,
Sem mudar itinerário
A promover vil cenário
Com sua mente desumana.

Foi em via mais turística
La Rambla, muito famosa,
Atropelou tanta gente
Que a cena foi pavorosa,
A Europa se encontra alerta
Mas Barcelona desperta,
Muito enfrenta ação danosa.

Aquele povo espanhol
Mostra ação e esquece o medo,
Muito auxilia a polícia,
Informa tudo em segredo.
Que esse exemplo o mundo siga
E ao terrorista ele diga:
Que ficará sem enredo.

terça-feira, 25 de abril de 2017


XII Bienal Internacional do Livro e poetas populares

A XII Bienal Internacional do Livro, que aconteceu no Centro de Eventos do Ceará, entre os dias 14 a 23 de abril de 2017, é um dos maiores eventos culturais do Estado. Apesar de ter começado sexta-feira da semana santa, o fortalezense marcou presença para prestigiar esse evento que já se tornou o xodó do cearense. Exposição de livros, revistas e cordéis, apresentações de repentistas, cordelistas, debates, lançamentos para todos os gostos.  Na Praça do Cordel, sobre curadoria do poeta Klévisson Viana, dia 18, aconteceu a entrega de homenagens aos poetas Bule-Bule, Geraldo Amâncio, Zé Maria de Fortaleza, Gilmar de Carvalho e Josenir Lacerda. In memoriam a Rodolfo Coelho, Idalzira Bezerra, Hermes Vieira e Leonardo Mota. Rodolfo foi

comentado por Bule-bule, Hermes, por seu filho também poeta, Guaipuan Vieira. Klévisson Viana comentou a poesia do homenageado. Os poetas Paulo de Tarso, Edson Neto e Lucarocas recitaram versos daquele poeta piauiense que encanta gerações. A poetiza Idalzira, foi comentada uma peculiaridade. Ela comunicava-se com os filhos, em cartas versadas. Os filhos atribuíram à mãe a mesma modalidade, o que vem passando de geração em geração daquela família cearense. Também foi homenageado Leonardo Mota, folclorista que percorreu o Nordeste brasileiro, registrando acontecimentos, destacando a poesia popular. O poeta Guaipuan Vieira fez lançamentos dos folhetos
A suposta morte de Virgulino Ferreira, Lampião,  A peleja de Antônio Sola Crua com Zé da Prata,  Série Personalidades do Rádio Cearense, Edições Cecordel. 


Cordéis que foram lançados, e o troféu em homenagem ao poeta Hermes Viei
Séria: Personalidades do Rádio Cearense






 
Poetas: Lucarocas, Edson Neto e Paulo de Tarso,
recitam versos de Hermes Vieira.


LANÇAMENTO NA BIENAL DO LIVRO

O poeta cordelista Cariri do Cordel lança nesta quinta-feira(20), na Praça do Cordel, na XII Bienal Internacional do Livro do Ceará, os cordéis AS PERIPÉCIAS DO VAQUEIRO SEBASTIÃO e A HISTÓRIA DE ZÉ VAQUEIRO E A VINGANÇA DE UMA AMBIÇÃO.