quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ENCONTRO HISTÓRICO
Por Guaipuan Vieira

Vemos nesta foto os poetas (1)Joaquim Batista de Sena, (2)Rodolfo Coelho Cavalcante e (3)Alberto Porfírio. Três gênios da literatura de cordel que prezei da amizade. Joaquim em 2012 foi homenageado na X Bienal Internacional do Livro, em Fortaleza, na passagem dos 100 anos de nascimento. Na oportunidade fiz o lançamento do cordel A HISTÓRIA DE JOAQUIM BATISTA DE SENA, MESTRE DO CORDEL. Em 2010 a Secult, no edital do I Prêmio Literário para Autores Cearenses, destacou na categoria cordel, o Prêmio Alberto Porfírio. Já Rodolfo, foi biografado na década de 80 pelo escritor Eno Teodoro Wanke(RJ) e homenageado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia. A carreira poética de Rodolfo tem incio em 1942, em Teresina(PI), através do folheto “OS CLAMORES DOS INCÊNDIOS EM TERESINA”. O tema foi baseado na série de incêndios em barracos na periferia da Verde capital piauiense, no sentido de extinguir as favelas. O cenário macabro foi atribuído ao governo daquele Estado. Vale ressaltar que essa obra literária, antes de ser publicada, foi apresentada por Rodolfo ao poeta Hermes Vieira, que vez por outra servia de consultor para alguns poetas. A visita deu-se na residencia de Vieira, através do poeta Pedro Gonçalves, amigo de Hermes Vieira. Rodolfo pediu-lhe sugestão de como proceder na editoração do mesmo, haja vista que aquela época a nação era comandada através de um sistema de governo autoritário e centralizado, e que poderia ocorrer alguma censura. Vieira os informou que não via nenhum empecilho na publicação daquela literatura, tomando como base a notícia vinculada na imprensa nacional. De fato o cordel teve sua publicação e recorde de venda naquele Estado.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MIC AUTORGA CORDELISTAS

Misturado ao som de violas e macacatus, recitais de poesias,o Ministério da Cultural -Mic, outorgou na  X Bienal Internacional do Livro, 13, os poetas Abraão Batista, Guaipuan Vieira, Jotabê, Antonio Modesto,Gerado Pardal, Paulo de Tarso, João Pedro,   Rinaré, Clévisson Viana, Sindô e demais poetas populares. A Contemplação foi na categoria criação e produção - Folheto de Cordel, realizado pelo Ministério da Cultura.
Na X Bienal do Livro, Guaipuan Vieira, canta cordel, formando dupla com o mestre Lucas Evangelista, em homenagem ao soudoso poeta Joaquim B. Sena -100 anos de nacimento(1912 -2012).         Lançamento do cordel: A HISTÓRIA DE JOAQUIM BATISTA DE SENA, MESTRE DO CORDEL, e A história de Nelson Mandela, o imortal guerreiro da paz.

Quando se fala em cordel
 Lembramos grandes valores
Os primeiros cordelistas
  Também os seus sucessores
Que fazem as gerações
  Nascerem seus seguidores.

Desses mestres do cordel
Que sucedeu rica escola
  Joaquim Batista de Sena
Tem bagagem que extrapola
Que o tempo para pra ver
E querendo não controla.

Nasceu na Fazenda Velha
No estado paraibano
Município Bananeiras
Pequeno centro urbano
Hoje se chama Solânea
Cresce no correr de um ano.

www.cecordel.com.br
e faça diferença

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

CORDÉIS LANÇADOS NA X BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO, FORTALEZA.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

PROGRAMAÇÃO DA PRAÇA DO CORDEL NA X BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ
DE 09 A 18 DE NOVEMBRO DE 2012

DIA 09/11/ 2012 (SEXTA-FEIRA)

16h - Cortejo dos poetas cordelistas pelas ruas da Bienal

Local de saída: Praça do Cordel

18h - Recital com diversos cordelistas em homenagem

ao Centenário do poeta e editor Joaquim Batista de Sena

Local: Praça do Cordel

19h - Espetáculo: Sonhos de um Caminhante, com Ricardo Ribeiro

Local: Praça do Cordel

DIA 10/11/2012 (SÁBADO)

13h30 às 16h30 – Oficina de Literatura de Cordel com Rouxinol do Rinaré

Local: Sala multiuso nº1

16h – Lançamento: “A história do Brasil em Literatura de Cordel” de Antônio Felipe Maciel Local: Praça do Cordel

17h – Lançamento dos cordéis “O aquecimento global tá destruindo o planeta” de Paulo de Tarso e Paulo Ernesto
Edição Academia dos Cordelistas do Crato.

Local: Praça do Cordel

18h – Lançamento do livro em quadrinhos “A Batalha de Oliveiros com Ferrabrás” de Klévisson Viana e Eduardo Azevedo, adaptado da obra de Leandro Gomes de Barros
Editora Volta e Meia – SP

Local: Praça do Cordel

19h – Lançamento do livro “O boi Morre-Não-Morre e os primeiros folhetos” – Eduardo Macedo

Local: Praça do Cordel

19h30- Lançamento do livro “Luiz Gonzaga: 100 anos do eterno Rei do Baião” – José Marcelo Leal Barbosa

Local: Praça do Cordel

DIA 11/11/2012 (DOMINGO)

14h às 16h – Aula-espetáculo com o cordelista e cancioneiro
Lucas Evangelista (Mestre da Cultura do Ceará)
Local: Sala Multiuso nº 1

16h20 – Lançamento dos livros “Com o pé em Limoeiro” de Vânia Freitas e “Cultivos da terra cantados em versos populares” de Pardal

Local: Praça do Cordel

17h20 – Lançamento de cordéis baseados na obra de Hans Christian Andersen – Paiva Neves
Tupynanquim Editora – CE

Local: Praça do Cordel

18h – Apresentação de Teatro de Cordel com o Grupo Pajé Arte
Local: Praça do Cordel

19h – Lançamento dos livros “O Baú da Gaiatice”, “O Rei do Baião, do Nordeste para o mundo” e “João Bocó e o ganso de ouro” de Arievaldo Viana

Local: Praça do Cordel

20h – Recital com Chico Pedrosa, Klévisson Viana e Paulo de Tarso

Local: Praça do Cordel

DIA 12/11/2012 (SEGUNDA-FEIRA)
17h – Lançamento de vários folhetos do poeta Valmir Pereira dos Santos

Local: Praça do Cordel

18h – Lançamento dos livros “Pensamentos e Poesias” de Nonato Araujo e “Páginas de minha adolescência” de Romário Braga

Local: Praça do Cordel

19h – Recital com Edson Neto, Jotabê, Lucarocas, Francisco melchíades, Jesus Rodrigues Sindeaux e Paulo de Tarso

Local: Praça do Cordel

DIA 13/11/2012 (TERÇA-FEIRA)

III Congresso Nordestino de Poetas Cordelistas, Editores e Folheteiros
Local: Sala multiuso nº1

10h20 – Solenidade de abertura com a presença de autoridades, pesquisadores e poetas convidados
10h40 às 12h – Aula-espetáculo com Mestre Azulão

12 às 13h15 – Intervalo para almoço
13h30 às 15h 30 – Mesa “Cordel, tradição e as novas mídias” com

Gilmar de Carvalho, Marco Haurélio, Maercio Lopes e Rouxinol do Rinaré

Mediação: Klévisson Viana

15h40 às 17h40Mesa “ O Centenário de Joaquim Batista de Sena”

com os poetas Vidal Santos, Arievaldo Viana, Guaipuan Vieira, Lucas Evangelista

Mediação: Paulo de Tarso

17h50 – Encerramento: Recital com Chico Pedrosa, Mestre Azulão e

Zé Maria de Fortaleza

19h30 – Recital e lançamentos de vários cordéis em comemoração aos 25 anos do CECORDEL

Local: Praça do Cordel

Dia 14/11/2012 (quarta-feira)
13h às 16h – Oficina de Cordel com Lucarocas

Local: Sala multiuso nº1

às 18h – Aula-espetáculo sobre A História da Literatura de Cordel para Agentes de Leitura com Marco Haurélio, Klévisson Viana e Mestre Azulão

Local: Sala multiuso nº1

18h30 – Lançamento do livro “Palmerim de Inglaterra” de José Santos e Marco Haurélio
FTD e do romance de cordel “A roupa nova do rei, ou o encontro de João Grilo e Pedro Malazarte em cordel” Marco Haurélio
Tupynanquim Editora

Local: Praça do Cordel

19h30 – Lançamento dos folhetos “Namoro Moderno” e “Centenário de Gonzagão” de Mestre Azulão

Local: Praça do Cordel

20h – Recital com Pardal, Arievaldo Viana, Guaipuan Vieira,
Paulo de Tarso, Ivonete Morais, Vânia Freitas, Chico Pedrosa

Local: Praça do Cordel

 15/11/2012 (quinta-feira)

13h às 16h30 – Oficina de Xilogravura com Guaipuan Vieira e Pardal

Local: Sala multiuso nº1

15h50 – Lançamento do livro “Cordel das festas e danças populares” de Francisca Nezite Alencar

Local: Praça do Cordel

16h50 – Lançamento dos folhetos “Joaquim Batista de Sena, grande mestre do cordel” e “A história de Nelson Mandela, o imortal guerreiro da paz” de Guaipuan Vieira

Local: Praça do Cordel

17h30 – Cortejo dos poetas cordelistas pelas ruas da Bienal

Local de saída: Praça do Cordel
8h30 – Lançamento do livro “Do reclame à liberdade” e do folheto “O espantalho que aprendeu a ler” de Lucarocas

Local: Praça do Cordel

19h – Lançamento dos folhetos “A padaria espiritual e os seus padeiros” de Paulo de Tarso e “Fortaleza, capital do turismo” de Jotabê

Local: Praça do Cordel

19h40 - Show de embolada com a dupla de repentistas Beija-Flor e Vem-Vem – Russas - CE

Local: Praça do Cordel

Dia 16/11/2012 (sexta-feira)

14h às 16h – Aula-espetáculo com o cordelista e declamador Moreira de Acopiara

Local: Sala multiuso nº1

16h30 – Lançamento do livro “Coletânea de Cordel Sete Vezes Raul Seixas – Conhecimento Editora (Fortaleza – CE)

Local: Praça do Cordel

17h30 – Lançamento da “Antologia do Cordel Brasileiro”
Organizador: Marco Haurélio – Global Editora

Local: Praça do Cordel

18:30 – Apresentação do espetáculo “Nas asas da leitura” e lançamento do livro “Cordéis que educam e transformam” com o artista Costa Sena

Local: Praça do Cordel

20h – Recital com Moreira de Acopiara

Local: Praça do Cordel

Dia 17/11/2012 (sábado)

13h às 16h30 – Oficina de Cordel com Evaristo Geraldo da Silva

Local: Sala multiuso nº1

15h – Lançamento da Coleção Alencar nas rimas do cordel: Iracema e Tronco do Ipê
Armazém da Cultura

Local: Praça do Cordel

16h – Recital com diversos cordelistas

Local: Praça do Cordel

17h – Lançamento da Coleção Reinos do Cordel
Armazém da Cultura

Local: Praça do Cordel

18h Lançamento - “Romance da bela Inês de Castro” de Jorge Furtado e Klévisson Viana
Tupynanquim Editora

Local: Praça do Cordel

19h – Lançamento do livro “Os Três Mosqueteiros em Cordel” de Klévisson Viana – Editora Leya

Local: Praça do Cordel

20h – Lançamento do CD “Paulo de Tarso: o poeta de Tauá”, num recital popular
Patabego Music

Local: Praça do Cordel

Dia 18/11/2012 (domingo)

16h – Cortejo dos poetas cordelistas pelas ruas da Bienal

Local de saída: Praça do Cordel

17h – Lançamento do folheto “O Centenário de Luiz Gonzaga, Rei do Baião” de Klévisson Viana

Local: Praça do Cordel

18h – Recital com diversos poetas

Local: Praça do Cordel

19h – ENCERRAMENTO: Apresentação dos repentistas

Geraldo Amâncio e Zé Maria de Fortaleza

Local: Praça do Cordel

Fonte: http://www.bienaldolivro.ce.gov.br/

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A MALA DE PROSA E VERSO

Com sua mala de Verso e Prosa, Lucarocas faz recital com contação de causos e poesia, a partir de objetos retirados de uma mala, tudo com muito bom humor. Quem assiste ao espetáculo do Lucarocas saboreia pura diversão.Lucarocas se apresenta se definindo com o seu poema “Eu Sou” e faz referência sobre o que se pode guardar em uma Mala e uma reflexão sobre o termo Mala. A apresentação prossegue com uma menção ao tempo, diferençando tempo do rico e do pobre. Segue pela tecnologia do celular e do gravador e lembra Patativa do Assaré diante de tal objeto. Prossegue descobrindo “S” das saudades e envereda pelo romantismo das suas poesias. Segue pelo elogio, pelo absurdo de Zé Limeira. Comenta a infidelidade e a traição cabocla. Fala da coragem dos sertanejos, do valor da educação, do sincretismo religioso e da fé, da necessidade de se fazer o bem. Envereda pela intimidade das roupas (com respeito à plateia) mostrando que uma falta de vestimenta pode fazer a diferença. E finda com a sensibilidade de quem nasceu para poetar.  A cada instante uma surpresa, pois não se sabe exatamente que objeto sairá da mala. O certo é que há muito causos, poesia e humor numa sensibilidade reflexiva de se ver a vida.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Cecordel participará  do XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação
Data: 03 a 07 de setembro de 2012
Local: Unifor - Fortaleza - CE

MATRÍCULAS NAS ATIVIDADES
PROGRAMAÇÃO GERAL

PROGRAMAÇÃO TRABALHOS
PROGRAMAÇÃO EXPOCOM

Site Intercom Unifor
http://www.portalintercom.org.br/index.php

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NOVO ACADÊMICO NA ABLC
 
Aconteceu no último dia 18 de agosto de 2012, na Academia Brasileira de Literatura de Cordel- ABLC, Rio de Janeiro, a posse do poeta e radialista Guaipuan Vieira, que ocupa a Cadeira nº 19, tendo como patrono, o príncipe dos folcloristas do Brasil, Leonardo Mota. Guaipuan é piauiense radicado no Ceará. Foi responsável em 1987, na capital cearense, de um movimento de ainda anônimos poetas cordelistas pela retomada da literatura de cordel. Com esforços e com apoio da iniciativa privada e da Secretaria da Cultura do Estado, fizeram exposições de cordel e de xilogravura nas Galerias de Arte ASSEFAZ e Antônio Bandeira, com recitais de cordeis e apresentação de poetas repentistas. Com o sucesso, Vieira lançou a ideia de se criar uma associação, nascia o CECORDEL - Centro Cultural dos Cordelistas, e com esforços dos poetas aos poucos retomava em Fortaleza o costume de sua gente pela leitura do romance de cordel. Colégios se manifestavam com interesse em divulgar o cordel em sala de aula. A entidade implanta o projeto “Cordel Sempre Vivo”, com palestras e oficinas de cordel na rede pública e privada de ensino. Surgia novos poetas em Fortaleza e a partir da década de 90 entidades congêneres em todo o Nordeste.

Fonte: Rádio Poran- às 09:31- quinta-feira, 23 de agosto de 2012 


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AO MESTRE COM CARINHO 
 Por Rosário Pinto

Guaipuan Vieira tomou posse na cadeira do grande folclorista e estudioso da literatura oral dos primeiro cantadores,  passando ao longo de suas pesquisas para os poetas de bancada. Aprofundou-se em tudo que diz respeito ao sertão brasileiro. Nada lhe passou despercebido. Foi assíduo e cuidados. Tem um amplo trabalho de pesquisas publicados em vários compêndios e por vários editores de seu tempo. LEONARDO MOTA foi incansável e nada lhe passou impunemente. Circulou por todo o Nordeste ouvindo, colhendo dados, analisando-os e lhes dando a melhor forma, sem quaisquer distorções do que ouvia. Sua maior característica foi a capacidade de ouvir.
                                                           
Ao meu Mestre Guaipuan

                                       Guaipuan, Mestre querido
Foi com grande alegria
Encontrá-lo aquele dia
Ver seu nome conferido
Entre os vates, deferido
Sua posse, pude ver
Tarde de grande prazer
ABLC em festa
Numa tarde em seresta
O seu nome inserido.

Lá o nome referido
Junto a Leonardo Mota
O folclorista  que anota
Bom resultado obtido
Em pesquisas, envolvido
Do povo nossa cultura
Tratou com desenvoltura
Incansável na viagem
Nunca perdeu a coragem
De pesquisador ativo.

Fez com tamanha ternura
Que comoveu o sertão
Em toda intervenção
Descreveu a moldura
Descreveu a arquitetura
Do viver, falar, cantar
Descreveu o verbo amar
Em versos e poesia
Trabalhou com cortesia
Repleto de muita candura.
    (Em homenagem ao Mestre Guaipuan Vieira)

Fonte: http://rosarioecordel.blogspot.com.br/

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Discurso de Posse de Guaipuan Vieira, na  Academia Brasileira de Literatura de Cordel –ABLC, Cadeira nº 19 – Patrono Leonardo Mota – Rio de Janeiro 18/08/2012

Senhor presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel –ABLC, poeta e escritor Gonçalo Ferreira da Silva. Senhores membros desta Academia e autoridades componentes desta mesa. Meus estimados convidados, senhoras e senhores.

Ingressar nesta Academia é, sobretudo, agradecer a todos pelo reconhecimento à minha poética, que está ligada sobremaneira à luta na década de 80, na capital cearense, pela retomada da literatura de cordel, que agonizava no anonimato espúrio, com perspectiva de extinção, na visão de alguns pesquisadores.

A história da Literatura de Cordel é ampliada a cada década, com autores que fazem dessa arte um elo de vida, de comunicação com o mundo, repassando às gerações, sua sabedoria, que é acima de tudo, divina, porque a poesia entre todas as artes é a expressão que encanta os olhos e os ouvidos. Na concepção dos deuses é a mais nobre entre todas as artes.

Neste momento solene que falamos da importância da arte, seria um deslize imperdoável esquecer mestres que tiveram seus discípulos e que estes fizeram seguidores capazes de preservar, ao longo das eras, essa cultura, hoje decantada como literatura, e que outrora estava à margem da elite intelectual.

Compõem essa Galeria de mestres da Literatura de cordel os poetas João Benedito, José Galdino da Silva Duda, Leandro Gomes de Barros, João Melchiades Ferreira da Silva, João Martins de Athaíde, Francisco das Chagas Batista, Antônio Batista Guedes, Silvino Pirauá de Lima, este um dos primeiros a publicar folhetos em sextilhas juntamente com Leandro e criador do "martelo agalopado".

Destacamos o piauiense Firmino Teixeira do Amaral, de Bezerro Morto, distrito de Amarração, hoje Luís Correia, era cunhado do lendário cantador repentista Cego Aderaldo. Firmino é autor Da Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, embora fictícia, tornou-se um clássico dessa literatura.

Mas coube a Leandro Gomes de Barros um papel importante para a forma física da literatura de cordel, seu layout de 11 x 16 cm, com ilustrações feitas em clichê e xilogravura. Instigou João Martins de Athayde, o oficio de divulgar o folheto pelo Nordeste, tornando-se o maior editor, que com a morte de Leandro, comprou da viúva toda a produção, passando a reeditá-la, distribuir por todo Brasil, criando a figura do folheteiro.

No transcurso das décadas, essa plêiade de cordelistas foi sendo fortalecida com produções de novos poetas populares, perdurando algumas décadas o informativo do sertão. Esses vates da literatura de cordel foram formadores de novos seguidores, que permitiu que esta literatura se tornasse um veículo capaz de ser questionado por séculos.

No final do século XX, em 1987, surge no Ceará, o Centro Cultural dos Cordelistas, CECORDEL, que através de anônimos poetas, apostaram na retomada do cordel naquele estado e com apoio DO CERES –Centro de Referencia Cultural,órgão ligado à Secretaria da Cultura do Estado, da Galeria de Artes –ASSEFAZ, da Associação do Cantadores do Nordeste e do Projeto Rondon, esse grupo de cordelistas no ferrenho esforço, divulgava o cordel através de exposições, palestras em escolas e universidades, contribuindo para o surgimento na década de 90, de entidades congêneres no Nordeste brasileiro.

Em 1988, no Rio de Janeiro, nascia a ABLC, instituição cultural que em curto prazo tem seu notável reconhecimento, veio reforçar a luta dos poetas do Norte, contribuindo veementemente pela valorização do cordel no Brasil, ser a guardiã dessa arte, mantedora da tradição que teve inicio com o filosofo grego Platão, nos jardins da casa que teria pertencido ao herói Akademus.

ERA MODERNA

Na era moderna, o cordel continua, através da técnica, um formador de opinião. Sobrevive traduzindo temáticas circunstanciais. Deixou os sertões e ganhou espaço nas Bienais do Livro, em Feiras de Artesanatos, Festivais de Violeiros, Encontro Nacional dos Mestres da Cultura, feira da música, cinema, teatro, entre tantas manifestações culturais respaldadas pela mídia. Seu público alvo está mais direcionado a estudantes, professores, pesquisadores, estudiosos e turistas. Mas o cordel continua sendo transmitido de pai para filho, de geração a geração e nessa diversidade sobrevive às pressões e influências da era moderna.

O PATRONO

Ocupar a Cadeira número 19, que tem como Patrono o imortal Leonardo Mota, cearense de Pedra Branca, deixa-me feliz, honrado e envaidecido. É um desafio aceito nas minhas limitações de poeta, porque tenho a responsabilidade de substituir um dos maiores folcloristas deste país, que as plagas nordestinas tiveram e que o Brasil espiou com respeito. Leonardo Mota documentou todas as expressões populares, numa época exclusa do mecanismo tecnológico, do precário meio de transportes humanos, entre outros fatores sociais, com grupos de cangaceiros e jagunços que transformavam os sertões numa terra sem lei.

Leota como gostava ser chamado, é Patrono da ABLC, por mérito e respeito à sua farta produção literária, que subsidia a história brasileira. Foi um folclorista que também se preocupou a documentar as desafiantes pelejas de repentistas, que sobre tons satíricos e jocosos em versos de redondilha de seis e de dez alegrava a varanda da casa grande ou nos alpendres onde havia cantoria. Os temas variados ao som das violas eram enriquecidos pelas rimas cadenciadas e que produzia efervescência ao forte das ideias. Ainda são comuns entre os cantadores, os debates. Os apreciadores de praxe instiga a dupla para o desafio, que é importante de toda cantoria.

Falar desse cearense, que cedo tomou interesse pela cultura popular, que conheceu de perto a maneira de vida do homem do campo, seus modos, costumes e tradições, é uma tarefa difícil para este acadêmico, por se tratar de uma das maiores autoridades do folclore brasileiro.

Leota foi um repórter do sertão, um advogado que documentava a expressão do povo sertanejo, um promotor de justiça que lutou pelo reconhecimento da identidade cultura dessa gente à margem do direito social. Como ele mesmo define: “Nasci para viver de lápis em punho, a registrar as inconfundíveis maneiras de falar dos sertanejos de meu país".

Este intelectual citado por estudiosos e pesquisadores do mundo, foi Membro da Academia Cearense de Letras e do Instituto do Ceará. Escreveu muitos artigos em jornais cearenses que a posteriori tornaram-se livros, e desses se destacam: Cantadores (1921), Violeiros do Norte (1925), Sertão alegre (1928), No tempo de Lampião (1930), Prosa vadia (1932). Padaria Espiritual (1938). O Adagiário Brasileiro este foi minuciosamente reconstituído e publicado por seus filhos Moacir e Orlando Mota.

O "Princípe dos folcloristas brasileiros" não deixará de ser cultuado por nós, por sua gente, em sua terra natal. Um monumento na praça que tem seu nome repassa para o viandante a expressão de orgulho de sua gente.

Sua bagagem literária permite-nos descrever um estudo comentado sobre sua produção que é, sobretudo, um grande legado para a cultura brasileira.

E seguindo a tradição desta Academia, este acadêmico presta-lhes homenagem com o folheto intitulado ADAGIÁRIO NO CORDEL, homenagem a Leonardo Mota.

Muito obrigado.
GUAIPUAN VIEIRA NA ABLC

Tomou posse na ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel o distinto poeta Guaipuan Vieira, que a todos encantou com seu discurso elegante onde discorreu sobre a literatura de cordel com a naturalidade de quem conhece profundamente o assunto.

Este poeta piauiense radicado no Ceará, filho do também poeta Hermes Vieira, que é totalmente envolvido com a cultura popular, com certeza é uma grande aquisição da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Por Dalinha Catunda


           Presidente Gonçalo Ferreira outorga Medalhão da ABLC
 Madrinha dos poetas, Sra. MENA, outorga diploma de posse ao novo acadêmico da ABLC

Discurso de Guaipuan Vieira -ABLC

                  Poetisa e Acadêmica Rosário Pinto, após discurso de congratulação
 
Guaipuan, Sra. Mena e poetisa Dalinha

                          Rosário Pinto, Guaipuan e Dalinha
   
Sra. Mena,madrinha dos poetas, após ter interpretado uma canção
para Guaipuan
        
      ACADÊMICOS DA ABLC EM CONFRATERNIZAÇÃO

         
                          Dalinha  e Guaipuan Vieira
         
       Guaipuan e o Acadêmico Sepalo, após usar da palavra


         
DALINHA CATUNDA, DECLAMA VERSOS PARA GUAIPUAN  VIEIRA

Guaipuan seja bem-vindo,
A casa da poesia
Sua posse nesta casa
É motivo de alegria
Cumprimos mais uma meta
Abraçando este poeta,
Com selo de garantia.

As portas estão abertas
E nossos braços também
Pois é mais um cordelista
A embarcar neste trem
Onde o vagão da cultura
Carrega a literatura
Para levarmos além.

*ABLC Cadeira Nº 25 - Patrono: Juvenal Galeno.


RIO 18/08/2012

Hoje a Academia Brasileira de Literatura de Cordel -ABLC está em festa; porque todas as vezes que a ABLC consagra ou empossa um benemérito ou um acadêmico, é motivo de alegria para todos nós.

E imaginem sua cidade como está ansiosa, aguardando a chegada do seu filho com mais um título de acadêmico, para ilustrar mais sua capital Fortaleza.

Guaipuan Vieira: Nós nos sentimos muito orgulhosos, por ter uma pessoa como você, fazendo parte da família "ABLC".  Parabéns.

Poeta Balbino Neto       

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Posse do poeta Guaipuan Vieira na Academia Brasileira de Literatura -ABLC
DIA 18 DE AGOSTO DE 2012
ÀS 16H
PATRONO: LEONARDO MOTA, CADEIRA Nº 19

sexta-feira, 27 de julho de 2012


CECORDEL RECEBE DELEGAÇÃO DA EMBAIXADA AMERICANA E FAZ HOMENAGEM AO POETA BARROS PINHO (IN MEMORIAN)



Quatro escritores renomados do estado americano de Iowa, Alan Heathcock, Mary Ruefle e Alison Deming e Christopher Merrill participaram de uma turnê literária em Fortaleza. Durante a turnê, os escritores visitaram universidades, centros culturais e bibliotecas para interagir com alunos, professores e escritores locais sobre suas obras.(Foto - consulesa sra. Ucha, recepcionada por Guaipuan).  Em Fortaleza, de 15 a 19 de maio, os escritores participaram de eventos na Universidade Federal do Ceará, Universidade Estadual do Ceará, Centro Cultural Dragão do Mar, UNIFOR, Centro Cultural dos Cordelistas do Nordeste – Cecordel - e no American Corner da Biblioteca Pública Menezes Pimentel. Dia 18, o CECORDEL os recepcionou na Casa de Juvenal Galeno, com a presença marcante de poetas cordelistas, destacando os poetas Guaipuan Vieira, coordenador do evento, Gerardo Carvalho Frota(Pardal), o apresentador, Paulo de Tarso, Jotabê, Lucarocas, Klévisson Viana, Maria Luciene, Edson Neto, Matilde, Cícero Modesto, Salvino, José Furtado e muitos outros. O encontro seguiu uma simples programação: O poeta Guaipuan fez a acolhida aos escritores e a todos os presentes. Em seguida cada poeta se apresentou. Após isso, o poeta Pardal fez um release histórico da literatura de Cordel no Nordeste e sua retomada no Ceará, a partir dos anos 80. (Foto - Pardal, a consulesa Sra. Ucha e a diplomata Sra. Karol) Em seguida Christopher Merrill usou da palavra para cumprimentar os poetas e agradecer a oportunidade em que pode aprender muito da cultura popular brasileira. Após o que o poeta Chico Neto apresentou um aboio de vaqueiro e outros poemas. Os poetas Paulo de Tarso, Lucarocas, Klevisson Viana declamaram poema de gracejo. A festa foi no estilo nordestino, viola, cordel e aboio. Estiveram presentes ao evento a consulesa sra. Ucha, da Embaixada no Recife e as diplomatas Sra. Carol A. Brey-Casiano, da Embaixada de Brasília e Sra. Heidi da adita cultural. Encerrando a cerimônia, o Cecordel prestou homenagem ao saudoso poeta Barros Pinho, com o lançamento do cordel coletivo intitulado: Um adeus a Barros Pinho. A família do poeta se fez presente para receber a justa homenagem. O coquetel foi uma rica exposição de cordéis.
Na ocasião o Cecordel lançou o folheto de cordel coletivo intitulado "Um adeus a Barros Pinho" e entregou à dona Aracimir Pinho e filhos presentes. O Cecordel agradece muito o que o poea Barros Pinho fez por ele. Leia o cordel abaixo.
Informaram:Guaipuan Vieira e Pardal

UM ADEUS A BARROS PINHO
Autores: Paulo de Tarso, Gerardo (Pardal),
Jotabê, Edson Neto, Elizeu Paulino, Cicero
Modesto e Guaipuan Vieira.

A cultura brasileira,
Um duro golpe sofreu,
Perdeu um vulto importante.
Piauí estremeceu, .
O Ceará muito chora
Pois Barros Pinho morreu.

Foi para a casa do pai,
Santo Deus da hurnanldade
Esse excelente poeta
Homem de fraternidade
Que respeitou a seu próximo
Falando sempre a verdade.

Indefinível tristeza
Cobriu o nosso torrão.
Maracanaú chorando
E seu povo em comoção,
Barros Pinho ali serviu
Com muita satisfação
                   -1-

Veio lá do Píauí
Viver no meu Ceará
Das águas do Parnaíba
Oue outrora fora de cá
E agora está recebendo
Homenagens de Tauá.

Na hora da despedida.
A natureza chorou
Houve uma chuva de pétalas,
E do céu água jorrou .
Foi momento de emoção
Quando o cacique falou.      
                 
Fica com Deus Barros Pinho
Mande pra nós alegria
Receba do CECORDEL
Essa simples poesia
No Cristo ressuscitado
Vamos nos ver algum dia.
                           (Paulo de Tarso)

Entre aquelas horas brandas.
Uma nuvem esbranquiçada
Entre o azul do infinito .
Estava mais destacada
Como se dizendo vamos
Poeta pra nova morada.
                             (Guaipuan Vieira)
                     -2-

José Maria Barros Pinho
Voou que nem passarinho
Para a gaiola celeste.
O seu canto em poesias
Sempre regará os dias
Nestas terras do nordeste.
                    
Sou lá de Campo Maior .
Barros Pinho de Teresina
Cá nós dois por estas terras
Vimos cumprir nossa sina
Barros já cumpriu a sua
E a minha quando termina?

Ele foi grande político
Que soube valorizar
A cultura da sua terra,
A cultura popular.
Ajudou o CECORDEL
Conquistar-o-seu lugar.

Era um poeta dos bons
E venerável contista,
Professor, administrador
Empresário, jornalista.
A justiça social ,
Ele não perdia de vista.
                          (Gerardo (Pardal)
                   -3-

A morte de Barros Pinho
Deixa a Cuitura enlutada
Perdemos um grande homem
Da mente muito aprumada
Que nesta vida terrena
Findou a sua jornada.

Em Vinte e Oito de Abril
Foi Quando tudo Ocorreu
O Dia Raiou Chorando
A Terra Inteira Gemeu
Depois da Triste Noticia
Que Barros Pinho Morreu.

Piauiense da Gema
De Grande Desenvoltura
Que Trouxe pro Ceará
Conhecimento e Cultura
Alavancando a Bandeira
Dá Nossa Literatura.
 
Enquanto Vida Ele Teve
Desempenhou seu Papel
Ao Lado dos Cordelistas
Manteve Sempre Fiel
Agora só é Saudade
Pros Vates do CECORDEL
                                      (JOTABÊ)
                    -4-

Eu tive a felicidade
De conhecer Barros Pinho
Um homem simples e humilde
Que dernonstravao carinho
lmeriso pela cultura
Não nos deixava sozinho.

Ele sempre esteve ao lado
Da classe dos cordelistas
Incentivando a cultura
Nos tratava como artistas
Considerava os poetas
De forma positivistas.

Um grande piauiense
Imitando um passarinho
Com toda simplicidade
Vindo do estado vizinho
Foi prefeito em Fortaleza,
Fez desta terra seu ninho.

Como frisei'reajmenté'
Barros Pinhq foi bondade .
Um homem simples e correto
Sem ambição e maldade
Espero que nosso Deus
O tenha na eternidade.
                                         (ElizeuPaulino)
                    -5-

Isto afirmo desde quando
Que peguei este caminho
Dos grandiosos poetas '
Pelos quais tive carinho
Teve um deles, bem falado
Que o nome é Barros Pinho.

A respeito deste amigo
A minha palavra é franca
Deu para todos poetas
Verdadeira carta branca
Para divulgar seus versos
Dando também uma banca.

Esta banca está de pé
Bastantes cordéis têm lá
Pra nós foi uma conquista
Não estou com bla-blá-blá
Ela existe e funciona
Mantida com alvará.

Neste tempo eu não pensava
De escrever qualquer versinho
Mas, enfim, findei fazendo
E mostrei neste cantinho
Pelosquais ganhei dinheiro,
Por causa do Barros Pinho.
                                   (Edson Neto)
                   -6-

E o triste acontecimento
Foi vinte oito de abril
Que se encerrou a carreira
De um poeta tão gentil
Da mais alta competência
Na cultura do Brasil.

Outono um dia de sábado
Lágrimas caíram no chão 
Dos que tinham grande afeto
Numa perfeita união
Quando uma estrela saiu
Fora da Constelação.

Na vida foi um guerreiro
Sendo chamado José
Maria de Bàrros Pinho.
Urn homem de muita fé
Jamais deixou a cultura
Ser levada na maré.


Entre escritor e político
Foi sempre amigo fiel
Dos que tinha a mesma ideià
Fosse leigo ou bacharel
Também foi incentivadm .
Lá da Banca do cordel.
                                (Cicero Modesta Gomes)
                         -7-

 Este fato com certeza 
Deve ser bem relembrado
Quando à frente da Funcet.
Se manteve bern ernpenhado
Pra Banca foi incentivo
Do cordelista do estado.

Barros Pinho foi sem dúvida
Esse exemplo de pessoa
Que entre cada geração
Alguma Terra povo.
E seu nome é exaltado
E a voz do tempo ressoa.

Somente assim o poeta
Manteve sua produção
Por Ter espaço de venda'
.Sem nenhuma restrição
E revigorava a fama
Do cordel nesta nação.

O poeta e meu conterràneo
Já cumpriu sua missão .
Eu ainda cumpro a minha
Tem o destino expiação.
Vá inspirando os poetas
Daí da santa mansào.
                               (Guaipuan Vieira)
                  fim

domingo, 22 de julho de 2012

XII Encontro Nacional de Aleitamento Materno (ENAM) e II Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável (ENACS)

A Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (Rede IBFAN), a ONG Centro Comunitário de Reabilitação e Educação Nutricional - Centro de Nutrição Conjunto Palmeiras/CNCP em parceira com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e o Ministério da Saúde promoverão o XII Encontro Nacional de Aleitamento Materno (ENAM) e II Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável (ENACS) em Fortaleza, no período de 19 a 23 de agosto de 2012, no Centro de Convenções do Ceará. http://www.enam2012.com.br/


Dia 22, estarei participando da mesa redonda, falando sobre a campanha da amamentação na cultura popular. Estarei lançando o cordel: AMAMENTANDO A CRIANÇA, ADULTO SAUDÁVEL.
  
PROF. Pardal 

  
             ARQUIVO
 
  
Cordel Longe do fim

Gazeta Mercantil

A Literatura de cordel está renascendo no Ceará. O presidente e fundador do Centro Cultural dos Cordelistas (Cecordel), Guaipuan Vieira, comemora os esforços tomados pela entidade para manter a tradição de aproximadamente 80 anos do cordel no Estado. Com a morte anunciada por estudiosos da cultura popular,a literatura de cordel, segundo ele, passa longe fim”.   Criado em 1987, através da iniciativa individual de Vieira, o Cecordel surgiu com a finalidade de reunir os cordelistas de Fortaleza e reativar a produção de folhetos que desde a década de 70 estava sumida do cenário cultural cearense. As estratégias são mostras em escolas, centros culturais e feiras, intercambio com bibliotecas e universidades de outras estados e realização de oficinas para crianças e adultos, bem como uma banca para a venda dos folhetos no centro da cidade.

A literatura de Cordel tenta aos poucos retomar seu passo de volta ao posto de arte tradicional e genuína representante do folclore nordestino. A confecção de folhetos encomendados por políticos em época de eleição e por agencias de turismo, para divulgação das atrações de Fortaleza, são outros meios que auxiliam na retomada da produção . O cecordel funciona ainda como uma cooperativa. Da contribuição dos sócios –todos poetas – a cada mês, através de sorteio, são publicados dois títulos de cordéis inéditos. A entidade em 11 anos de existência, já publicou mais de 100 títulos.

“Apostamos muito em divulgação nos meios de comunicação, como as revistas e jornais culturais”, acrescenta o presidente. Sobre isso, ele conta um fato curioso que ocorreu no ano da fundação do Cecordel. Nesta ocasião a rede Globo de Televisão estava no Ceará para a gravação do especial “O Último Cangaceiro” o Cecordel foi contatado pela Globo para emprestar alguns folhetos para a filmagem. A entidade aceitou a tarefa e pediu em troca apenas a divulgação do nome do Centro nos créditos do especial. “Ensinei a atriz Letícia Sabatella a cantar os versos de Cordel”, lembro Vieira. O especial foi gravado, os folhetos do Cecordel filmados, atriz ensinada, mas, segundo ele, o nome não estava lá. Mesmo assim, o Centro não perdeu o ânimo.

Uma enxurrada de estudos, dissertações e teses em universidades de todo o País são fatos que comprovam o interesse das pessoas pela literatura de cordel. “O cordel cearense foi tema de teses até na Inglaterra”, festeja.(...)

Adaptação

Poeta e ex-presidente do Cecordel, Otávio Menezes, diz que o advento e modernização do meios de comunicação, como rádio,televisão e jornal, foram as principais causas da queda na produção original de levar informação, entretenimento e cultura ao povo nordestino. “Dos anos 30 à década de 60, a informação não chegava à casa das pessoas com a rapidez de hoje e a impressão e transporte dos jornais demorava dias”, explica. “ O cordel não está morrendo, está apenas se adaptando à transformações da sociedade”.

Obras como “Pavão Misterioso” e “João Grilo” chegaram a vender cerca de 80 mil e 10 mil exemplares, respectivamente, na década de 40. Guaipuan Vieira calcula que hoje a produção chega no máximo a mil folhetos. Antigamente, os próprios poetas viajavam léguas pelo sertão nordestino contatando e vendando seus poemas. Eles cantavam ainda com a ajuda dos folheteiros e pontos comerciais em mercados, feiras e estações ferroviárias.

“As cidades estão desenvolvidas, movimentadas e as pessoas preferem assistir a TV ou ler revistas para passar o tempo e se informar”, afirma Otávio Menezes. O surgimento do mimeógrafo, do computador e da xerox também serviu para substituir as antigas tipografias com suas máquinas primitivas e caseiras, denominadas “suvaqueiras”. A produção dos folhetos hoje é basicamente domestica com a ajuda do computador e da fotocópia. “ A literatura de cordel estava precisando de uma reformulação para se adaptar, pois manter a tradição não é manter o atraso” salienta.

Construção


As temáticas continuam praticamente as mesmas de 80 anos atrás. Fatos jornalísticos do momento, acontecimentos de repercussão nacional, como a morte de uma pessoa famosa, e notícias locais são temas preferidos. No linguajar do cordel, são fatos “de circunstancia” ou “de acorrido”. Menezes esclarece que a produção de temas globais foi reduzida, pois a TV, o rádio, o jornal já dão conta disso.

Há ainda temática históricas e ficcionais. “Não pegamos somente o ato em si, que funciona apenas com espinha dorsal. Acrescentamos outros elementos com a rima, o humor e os gracejos”, explica. Títulos como “ Chegada de Lampião no Céu”, Mainha, o maior pistoleiro do Nordeste”, “A Morte do Rei do Baião” e “ A Mulher que deus à luz a seis meninas e uma vez” são apenas alguns exemplos da extensa lista das histórias contadas. As capas são sempre ilustradas com xilogravuras ou desenhos.

Os folhetos têm geralmente oito e 16 páginas e são narrados em estrofes com seis versos (sextilha) ou sete versos rigorosamente metrificados. Os títulos de ficção como temas de aventuras e amor baseados na literatura medieval têm 32 ou 64 páginas e estão cada vez mais raros nos dias de hoje.

Os custos para produção são altos para o poeta que, atualmente, não lucra quase na com a venda, pois a maior parte é distribuída. “Além disso, os folhetos longos exigem muita experiência do poeta para a condução do fio narrativo”, esclarece Menezes. Segundo o presidente do Cecordel, os gastos com a produção de mil exemplares comuns varia de R$180 a R$300 e mil folhetos de ficção chegam a custar o triplo. Os leitores mais assíduos do cordel em Fortaleza são estudantes –estimulados pelos professores -, pesquisadores, turistas e agricultores que chegam à capital. “Os folhetos também têm uma presença forte na região do Cariri, principalmente Juazeiro do Norte, e em Canindé, vendidos durante as festas religiosas”, ressalta Guaipuan Vieira. Para Otávio Menezes, os temas preferidos continuam sendo os engraçados, jocosos e galhofeiros.

“Para atrair o leitor, o título tem que ser interessante e criativo, ter uma boa ilustração na capa, a história linear, bem contada., versos concatenados, bem cadenciados e rima perfeita”, acrescenta o poeta.

Benedito Teixeira – Gazeta Mercantil -Terça-feira, 06/01/1999

Da redação do Cecordel

quarta-feira, 11 de julho de 2012

UM BLOG PARA PESQUISA

O intelectual piauiense Elmar Carvalho* recentemente me enviou um e-mail consultando-me sobre a data de falecimento do poeta Hermes Vieira, meu pai. Em síntese biográfica, respondi-lhe em versos, com o tema: BILHETE PARA ELMAR CARVALHO* O poema foi publicado no Blog: http://poetaelmar.blogspot.com.br/2012/07/bilhete-para-elmar-carvalho.html  que entre muitos no mundo cibernético se destaca pela produção literária, discorrendo sobre crítica, crônica e poesia. Blog relevante para a pesquisa pelo vasto conteúdo que contém sobre a história literária piauiense.

 (*) Ó poeta Elmar Carvalho, 
Fico feliz com a lembrança
De meu pai Hermes Vieira,
Que versejou, com pujança,
O Nordeste brasileiro
E toda sua vizinhança.

Hermes nasceu em Valença,
Na fazenda Caiçara,
Em vinte e três de setembro,
Numa tarde muito clara;
Em onze foi esse o ano,
                    Seu registro nos declara. Ler mais no LINK

(*)Poeta, crítico literário e juiz de direito.

Postado por Guaipuan Vieira –Texto lido no seu programa na Rádio Pitaguary – AM 1340 KHZ 

quinta-feira, 5 de julho de 2012


Feira de Cordel em Fortaleza


Acontece nos dias 17,18 e 19 de julho, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, a I Feira Brasileira de Cordel. Entidades congêneres e autores de todo Brasil estarão presentes. Como diz o poeta Guaipuan Vieira: “Conservar as raízes do cordel é preservar uma cultura autêntica dos acontecimentos de nosso povo. Ignorá-lo é queimar um documento histórico.”  Na era moderna, o cordel continua, através da técnica, um formador de opinião. Confira o cartaz.




CANTOS E ENCANTOS NA POESIA POPULAR

O livro CANTOS E ENCANTOS NA POESIA POPULAR é constituído de 48 poemas escritos em Literatura de Cordel, com temas variados e sempre voltados para o social. Alguns são de louvação e homenagem a Literatos que já prestaram grande contribuição ao acervo da cultura em nosso Estado. Como descreve o professor Dias da Silva, na capa do livro: “... esta Obra objetiva ser também fonte de pesquisa nas Instituições educacionais, podendo servir como meio de divulgação da Literatura em que se baseia e despertando jovens para as realidades mostradas em seu conteúdo.” O intelectual Dimas Macedo acrescenta no prefacio ”... A poesia de Vicente Lemos não foi feita para agradar o mundo burguês; não foi feita para ilustrar as páginas da literatura de cordel nem para fazer a louvação dos poderosos, mas para denunciar as misérias sociais do povo brasileiro e canonizar alguns dos seus heróis de forte apelo popular.”


LANÇAMENTO

DATA: 14/07/12
Horário: 16h
Local: Auditório do Colégio Santo Tomás de Aquino
Rua: Mario Mamede, 750 - Fátima - Por trás da Igreja
de Fátima da Avenida 13 de maio

Contato:

Fones: (85)348.5778 – 8803.5778/9987.6826
E-mail: vicentelemos2012@gmail.com

terça-feira, 26 de junho de 2012

SESC promove o lançamento do cordel “Capistrano de Abreu”


SESC realiza o lançamento do cordel “Capistrano de Abreu”, do cordelista, xilógrafo e radialista Guaipuan Vieira nesta sexta-feira (20), por meio do projeto SESC Cordel. O evento tem início às 19h, no Teatro SESC SENAC Iracema. A entrada é gratuita.

Em “Capistrano de Abreu”, Guaipuan Vieira narra à infância e a trajetória de sucesso de um dos maiores historiadores do Brasil. Através de versos e rimas, o autor aborda também as grandes inovações que Capistrano de Abreu trouxe para a interpretação da sociedade brasileira.

Sobre o autor
Nascido em Teresina (PI), Guaipuan Vieira se dedica à literatura de cordel desde 1976. Graduou-se em história pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (CE) e em Teologia pelo Instituto de Ciências Religiosas do Ceará (ICRE). O autor é Funcionario da Receita Federal , fundador do Centro Cultural dos Cordelistas do Nordeste (CECORDEL), da Academia Municipalista de Letras do Estado  do Ceará (AMLECE) e membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

Sobre o Projeto

O SESC Cordel tem como objetivo contribuir para a criação, desenvolvimento e revigoramento da literatura de cordel no Ceará. O projeto proporciona o lançamento de novos poetas e inúmeros folhetos inéditos, além de encontros regulares de cordelistas e o fomento de grupos de estudo, pesquisa e produção em literatura de cordel.

Fonte: TV Jangadeiro Online
CECORDEL INFORMA

     Poeta Guaipuan Vieira faz palestra sobre cordel, na Escola Estadual Cóvis Beviláqua.    
                                                                                      
           
                                       Lendo cordel


                        Autografando cordel para estudantes