terça-feira, 13 de abril de 2010

“A literatura de cordel, nos dias atuais, é uma rica ferramenta pedagógica de incentivo à leitura e à oralidade dos séculos, levando-nos a ser leitores fluentes e críticos no universo prosaico” (GUAIPUAN VIEIRA).

As proezas da arte do cordel  - Heróis rebeldes


Hoje, é a vez do lançamento da caixa "Heróis e Mitos das Américas", também da editora Tupynanquim. Organizada pelo poeta, quadrinhista e editora Klévisson Viana, ela reúne 12 folhetos, cada um trazendo um perfil em versos de uma personalidade transgressora.

"Esta é uma ideia que tenho faz tempo. Vejo esta caixa como um primeiro volume", revela Klévisson Viana. Para explicar a proposta, ele recorre aos versos que ilustram a contracapa do box: "É o cordel contribuindo/ com o resgate da memória/ideias que embalam sonhos/e traçam uma trajetória,/destes heróis e rebeldes/que fizeram nossa história!".

     A caixa reúne os folhetos a respeito de personagens da história do Ceará, mas também de fora do Estado e mesmo do País, caso de Chico Mendes e Che Guevara. Os títulos presentes na coleção são "Che Guevara - Nas trilhas da liberdade", de Lucarocas; "Padre Ibiapina, o apóstolo do Nordeste", de Aldo Viana, "Antônio Conselheiro, o revolucionário de Canudos", de João Firmino Cabral e Ronaldo Dória Dantas; "Tiradentes, um sonho de liberdade", de Zé Maria e Arievaldo Viana; "Chico Mendes, o defensor da floresta", de Horácio Custódio de Sousa; "A incrível história de Emiliano Zapata e a revolução mexicana", de Paiva Neves (que além de poeta, é sindicalista; "Abraham Lincoln, o inesquecível presidente dos EUA", de Guaipuan Vieira; "Simon Bolívar, o libertador da América", de Jorge Furtado; "Anita Garibaldi, heroína em dois continentes", de Evaristo Geraldo da Silva; Martin Luther King, símbolo de liberdade e igualdade das Américas", de Vânia Freitas e Pardal; "Luiz Carlos Prestes, o cavaleiro da esperança", de Antônio Queiroz de França; e "Dragão do Mar, herói da Terra da Luz", de Klévisson Viana. O título escrito por Klévisson é o único da caixa que já foi publicado, por ocasião da inauguração da estátua em homenagem ao jangadeiro Chico da Matilde, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Fonte: Caderno 3 -Diário do Nordeste

quarta-feira, 7 de abril de 2010

DUAS VIDAS, DOIS DESTINOS

  Lendo o livro PELA ESTRADA DA VIDA, cujo personagem retrata as peripécias do meu passado de menino de engenho, menino da roça, menino da Escola Rural, lutando por um lugarzinho independente sobre o solo Pátrio. O amigo de infância: Francisco Alves Goveia, “o FRANCIMAR". Ficou deveras impressionado com os pormenores de funcionalidade do autor, este seu conterrâneo José Pereira Barros, "o Zequinha". Dotado de qualidades poéticas, o conterrâneo debruçou-se à mesa e escreveu, com muito brio, boa vontade e amor, um caderno de belas poesias, fazendo uma comparação entre a vida de ambos, na seqüência da vida. Impressionado, também, com a sua espontaneidade e sagacidade nas comparações feitas, sinto-me feliz em tornar sua escrita no livrinho de Cordel: Duas vidas, dois destinos.
Em tempo:
A memória do poeta Francimar quem promovia no Conjunto Esperança, bairro de Fortaleza –CE, as festividades do sábado de aleluia, com recital de testamento de Judas. Colaboração: José Pereira Barros

(...) Eu  hoje pego na pena
Resolvendo a escrever
Esta história em cordel
Para quem gostar de ler
Falando de dois meninos
Que seguiram seus destinos
Diferente no viver.

Esta história ela é inédita
Pois agora eu vou contar
O dote de dois meninos
Que viviam a trabalhar
E um encontrou lá fora
Um meio para estudar.

O Zequinha do Cilino
Sendo este o nome seu
Quase de menor de idade
Mas num dia resolveu
Deixar a paternidade
E também sua mocidade
Do lugar onde nasceu.

(...)Zequinha, com seu estudo
Fez até vestibular
Francimar queimava o mato
Pra depois encoivarar
Era um muito letrado
Porém outro atrasado
Porque não pôde estudar.

(...) Somos já dois anciões
Concernente à velha idade
Mas com bastante prazer
Temos a felicidade
De ainda relembrar
Quando estávamos na Faísca
No tempo da mocidade.

Para não dizerem que não falei das flores de Major Facundo

Publicado por Jana.bras em 06 nov 2009

       A memória ficou presa no texto de ontem quando citei de maneira breve o senhor Major Facundo, figura marcada da história de nossa cidade. Refletida no espelho, os privilegiados da sociedade, muitas das vezes, enojam de si. Por esse motivo, transcrevo um trecho do cordel de Guaipuan Vieira intitulado “As Ruas de Fortaleza em Cordel”:
        Esse e outros tantos cordéis podem ser encontrados na banca de cordéis da Praça dos Correios no lado da Rua General Bezerril. Seu Elias fica lá durante o horário comercial, e, se você pedir com jeitinho, ele canta um repente improvisado no ato. Fale alto que ele está ruim das oiças.

Fonte: http://www.fortalezanocentro.com.br/para-nao-dizerem-que-nao-falei-das-flores-de-major-facundo/


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