quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

CRIAÇÃO DA IMAGEM 25/11/2014

O Lunga dos cordéis


A fama de homem bruto começou a se espalhar inicialmente pelo centro de Juazeiro do Norte e assim foi até 1987, quando o cordelista Abraão Batista publicou o primeiro volume de As histórias de Seu Lunga – o homem mais zangado do mundo. O livreto de 32 páginas fez sucesso pela cidade, ganhando segunda edição no ano seguinte. A partir daí, a lenda do homem zangado passou a percorrer todo o Estado e depois o País.
Colecionador de cordéis, o professor aposentado Renato Casimiro guarda 84 folhetos de 65 autores diferentes com as brutalidades atribuídas ao mito Lunga. “Com os cordéis de Abraão, o folclore em torno do Lunga cresceu”, conta Renato, que conhece o famoso juazeirense desde 1959. “Os cordelistas pegavam coisas isoladas e criavam até coisas pejorativas que eu não imagino que ele tenha dito”.

Por 13 anos, Abraão Batista foi o único autor a publicar histórias sobre o personagem. Até que em 2000, os cordelistas Guaipuan Vieira e Elizeu Paulino escreveram As proezas de Seu Lunga, abrindo margem para que outros passassem a publicar histórias. Em 2011, Lunga ganhou na Justiça ação contra Abraão Batista, que ficou proibido de escrever histórias envolvendo o sucateiro.
“Tudo isso foi uma construção coletiva, que partiu de uma característica que era dele, mas também com muita projeção. E é importante dizer que, mesmo sendo sempre provocado, Lunga nunca assumiu um personagem”, completa o colecionador Renato Casimiro.

Fonte: Jornal o Povo -VIDA& ARTE

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