quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Cecordel participará  do XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação
Data: 03 a 07 de setembro de 2012
Local: Unifor - Fortaleza - CE

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NOVO ACADÊMICO NA ABLC
 
Aconteceu no último dia 18 de agosto de 2012, na Academia Brasileira de Literatura de Cordel- ABLC, Rio de Janeiro, a posse do poeta e radialista Guaipuan Vieira, que ocupa a Cadeira nº 19, tendo como patrono, o príncipe dos folcloristas do Brasil, Leonardo Mota. Guaipuan é piauiense radicado no Ceará. Foi responsável em 1987, na capital cearense, de um movimento de ainda anônimos poetas cordelistas pela retomada da literatura de cordel. Com esforços e com apoio da iniciativa privada e da Secretaria da Cultura do Estado, fizeram exposições de cordel e de xilogravura nas Galerias de Arte ASSEFAZ e Antônio Bandeira, com recitais de cordeis e apresentação de poetas repentistas. Com o sucesso, Vieira lançou a ideia de se criar uma associação, nascia o CECORDEL - Centro Cultural dos Cordelistas, e com esforços dos poetas aos poucos retomava em Fortaleza o costume de sua gente pela leitura do romance de cordel. Colégios se manifestavam com interesse em divulgar o cordel em sala de aula. A entidade implanta o projeto “Cordel Sempre Vivo”, com palestras e oficinas de cordel na rede pública e privada de ensino. Surgia novos poetas em Fortaleza e a partir da década de 90 entidades congêneres em todo o Nordeste.

Fonte: Rádio Poran- às 09:31- quinta-feira, 23 de agosto de 2012 


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AO MESTRE COM CARINHO 
 Por Rosário Pinto

Guaipuan Vieira tomou posse na cadeira do grande folclorista e estudioso da literatura oral dos primeiro cantadores,  passando ao longo de suas pesquisas para os poetas de bancada. Aprofundou-se em tudo que diz respeito ao sertão brasileiro. Nada lhe passou despercebido. Foi assíduo e cuidados. Tem um amplo trabalho de pesquisas publicados em vários compêndios e por vários editores de seu tempo. LEONARDO MOTA foi incansável e nada lhe passou impunemente. Circulou por todo o Nordeste ouvindo, colhendo dados, analisando-os e lhes dando a melhor forma, sem quaisquer distorções do que ouvia. Sua maior característica foi a capacidade de ouvir.
                                                           
Ao meu Mestre Guaipuan

                                       Guaipuan, Mestre querido
Foi com grande alegria
Encontrá-lo aquele dia
Ver seu nome conferido
Entre os vates, deferido
Sua posse, pude ver
Tarde de grande prazer
ABLC em festa
Numa tarde em seresta
O seu nome inserido.

Lá o nome referido
Junto a Leonardo Mota
O folclorista  que anota
Bom resultado obtido
Em pesquisas, envolvido
Do povo nossa cultura
Tratou com desenvoltura
Incansável na viagem
Nunca perdeu a coragem
De pesquisador ativo.

Fez com tamanha ternura
Que comoveu o sertão
Em toda intervenção
Descreveu a moldura
Descreveu a arquitetura
Do viver, falar, cantar
Descreveu o verbo amar
Em versos e poesia
Trabalhou com cortesia
Repleto de muita candura.
    (Em homenagem ao Mestre Guaipuan Vieira)

Fonte: http://rosarioecordel.blogspot.com.br/

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Discurso de Posse de Guaipuan Vieira, na  Academia Brasileira de Literatura de Cordel –ABLC, Cadeira nº 19 – Patrono Leonardo Mota – Rio de Janeiro 18/08/2012

Senhor presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel –ABLC, poeta e escritor Gonçalo Ferreira da Silva. Senhores membros desta Academia e autoridades componentes desta mesa. Meus estimados convidados, senhoras e senhores.

Ingressar nesta Academia é, sobretudo, agradecer a todos pelo reconhecimento à minha poética, que está ligada sobremaneira à luta na década de 80, na capital cearense, pela retomada da literatura de cordel, que agonizava no anonimato espúrio, com perspectiva de extinção, na visão de alguns pesquisadores.

A história da Literatura de Cordel é ampliada a cada década, com autores que fazem dessa arte um elo de vida, de comunicação com o mundo, repassando às gerações, sua sabedoria, que é acima de tudo, divina, porque a poesia entre todas as artes é a expressão que encanta os olhos e os ouvidos. Na concepção dos deuses é a mais nobre entre todas as artes.

Neste momento solene que falamos da importância da arte, seria um deslize imperdoável esquecer mestres que tiveram seus discípulos e que estes fizeram seguidores capazes de preservar, ao longo das eras, essa cultura, hoje decantada como literatura, e que outrora estava à margem da elite intelectual.

Compõem essa Galeria de mestres da Literatura de cordel os poetas João Benedito, José Galdino da Silva Duda, Leandro Gomes de Barros, João Melchiades Ferreira da Silva, João Martins de Athaíde, Francisco das Chagas Batista, Antônio Batista Guedes, Silvino Pirauá de Lima, este um dos primeiros a publicar folhetos em sextilhas juntamente com Leandro e criador do "martelo agalopado".

Destacamos o piauiense Firmino Teixeira do Amaral, de Bezerro Morto, distrito de Amarração, hoje Luís Correia, era cunhado do lendário cantador repentista Cego Aderaldo. Firmino é autor Da Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, embora fictícia, tornou-se um clássico dessa literatura.

Mas coube a Leandro Gomes de Barros um papel importante para a forma física da literatura de cordel, seu layout de 11 x 16 cm, com ilustrações feitas em clichê e xilogravura. Instigou João Martins de Athayde, o oficio de divulgar o folheto pelo Nordeste, tornando-se o maior editor, que com a morte de Leandro, comprou da viúva toda a produção, passando a reeditá-la, distribuir por todo Brasil, criando a figura do folheteiro.

No transcurso das décadas, essa plêiade de cordelistas foi sendo fortalecida com produções de novos poetas populares, perdurando algumas décadas o informativo do sertão. Esses vates da literatura de cordel foram formadores de novos seguidores, que permitiu que esta literatura se tornasse um veículo capaz de ser questionado por séculos.

No final do século XX, em 1987, surge no Ceará, o Centro Cultural dos Cordelistas, CECORDEL, que através de anônimos poetas, apostaram na retomada do cordel naquele estado e com apoio DO CERES –Centro de Referencia Cultural,órgão ligado à Secretaria da Cultura do Estado, da Galeria de Artes –ASSEFAZ, da Associação do Cantadores do Nordeste e do Projeto Rondon, esse grupo de cordelistas no ferrenho esforço, divulgava o cordel através de exposições, palestras em escolas e universidades, contribuindo para o surgimento na década de 90, de entidades congêneres no Nordeste brasileiro.

Em 1988, no Rio de Janeiro, nascia a ABLC, instituição cultural que em curto prazo tem seu notável reconhecimento, veio reforçar a luta dos poetas do Norte, contribuindo veementemente pela valorização do cordel no Brasil, ser a guardiã dessa arte, mantedora da tradição que teve inicio com o filosofo grego Platão, nos jardins da casa que teria pertencido ao herói Akademus.

ERA MODERNA

Na era moderna, o cordel continua, através da técnica, um formador de opinião. Sobrevive traduzindo temáticas circunstanciais. Deixou os sertões e ganhou espaço nas Bienais do Livro, em Feiras de Artesanatos, Festivais de Violeiros, Encontro Nacional dos Mestres da Cultura, feira da música, cinema, teatro, entre tantas manifestações culturais respaldadas pela mídia. Seu público alvo está mais direcionado a estudantes, professores, pesquisadores, estudiosos e turistas. Mas o cordel continua sendo transmitido de pai para filho, de geração a geração e nessa diversidade sobrevive às pressões e influências da era moderna.

O PATRONO

Ocupar a Cadeira número 19, que tem como Patrono o imortal Leonardo Mota, cearense de Pedra Branca, deixa-me feliz, honrado e envaidecido. É um desafio aceito nas minhas limitações de poeta, porque tenho a responsabilidade de substituir um dos maiores folcloristas deste país, que as plagas nordestinas tiveram e que o Brasil espiou com respeito. Leonardo Mota documentou todas as expressões populares, numa época exclusa do mecanismo tecnológico, do precário meio de transportes humanos, entre outros fatores sociais, com grupos de cangaceiros e jagunços que transformavam os sertões numa terra sem lei.

Leota como gostava ser chamado, é Patrono da ABLC, por mérito e respeito à sua farta produção literária, que subsidia a história brasileira. Foi um folclorista que também se preocupou a documentar as desafiantes pelejas de repentistas, que sobre tons satíricos e jocosos em versos de redondilha de seis e de dez alegrava a varanda da casa grande ou nos alpendres onde havia cantoria. Os temas variados ao som das violas eram enriquecidos pelas rimas cadenciadas e que produzia efervescência ao forte das ideias. Ainda são comuns entre os cantadores, os debates. Os apreciadores de praxe instiga a dupla para o desafio, que é importante de toda cantoria.

Falar desse cearense, que cedo tomou interesse pela cultura popular, que conheceu de perto a maneira de vida do homem do campo, seus modos, costumes e tradições, é uma tarefa difícil para este acadêmico, por se tratar de uma das maiores autoridades do folclore brasileiro.

Leota foi um repórter do sertão, um advogado que documentava a expressão do povo sertanejo, um promotor de justiça que lutou pelo reconhecimento da identidade cultura dessa gente à margem do direito social. Como ele mesmo define: “Nasci para viver de lápis em punho, a registrar as inconfundíveis maneiras de falar dos sertanejos de meu país".

Este intelectual citado por estudiosos e pesquisadores do mundo, foi Membro da Academia Cearense de Letras e do Instituto do Ceará. Escreveu muitos artigos em jornais cearenses que a posteriori tornaram-se livros, e desses se destacam: Cantadores (1921), Violeiros do Norte (1925), Sertão alegre (1928), No tempo de Lampião (1930), Prosa vadia (1932). Padaria Espiritual (1938). O Adagiário Brasileiro este foi minuciosamente reconstituído e publicado por seus filhos Moacir e Orlando Mota.

O "Princípe dos folcloristas brasileiros" não deixará de ser cultuado por nós, por sua gente, em sua terra natal. Um monumento na praça que tem seu nome repassa para o viandante a expressão de orgulho de sua gente.

Sua bagagem literária permite-nos descrever um estudo comentado sobre sua produção que é, sobretudo, um grande legado para a cultura brasileira.

E seguindo a tradição desta Academia, este acadêmico presta-lhes homenagem com o folheto intitulado ADAGIÁRIO NO CORDEL, homenagem a Leonardo Mota.

Muito obrigado.
GUAIPUAN VIEIRA NA ABLC

Tomou posse na ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel o distinto poeta Guaipuan Vieira, que a todos encantou com seu discurso elegante onde discorreu sobre a literatura de cordel com a naturalidade de quem conhece profundamente o assunto.

Este poeta piauiense radicado no Ceará, filho do também poeta Hermes Vieira, que é totalmente envolvido com a cultura popular, com certeza é uma grande aquisição da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Por Dalinha Catunda


           Presidente Gonçalo Ferreira outorga Medalhão da ABLC
 Madrinha dos poetas, Sra. MENA, outorga diploma de posse ao novo acadêmico da ABLC

Discurso de Guaipuan Vieira -ABLC

                  Poetisa e Acadêmica Rosário Pinto, após discurso de congratulação
 
Guaipuan, Sra. Mena e poetisa Dalinha

                          Rosário Pinto, Guaipuan e Dalinha
   
Sra. Mena,madrinha dos poetas, após ter interpretado uma canção
para Guaipuan
        
      ACADÊMICOS DA ABLC EM CONFRATERNIZAÇÃO

         
                          Dalinha  e Guaipuan Vieira
         
       Guaipuan e o Acadêmico Sepalo, após usar da palavra


         
DALINHA CATUNDA, DECLAMA VERSOS PARA GUAIPUAN  VIEIRA

Guaipuan seja bem-vindo,
A casa da poesia
Sua posse nesta casa
É motivo de alegria
Cumprimos mais uma meta
Abraçando este poeta,
Com selo de garantia.

As portas estão abertas
E nossos braços também
Pois é mais um cordelista
A embarcar neste trem
Onde o vagão da cultura
Carrega a literatura
Para levarmos além.

*ABLC Cadeira Nº 25 - Patrono: Juvenal Galeno.


RIO 18/08/2012

Hoje a Academia Brasileira de Literatura de Cordel -ABLC está em festa; porque todas as vezes que a ABLC consagra ou empossa um benemérito ou um acadêmico, é motivo de alegria para todos nós.

E imaginem sua cidade como está ansiosa, aguardando a chegada do seu filho com mais um título de acadêmico, para ilustrar mais sua capital Fortaleza.

Guaipuan Vieira: Nós nos sentimos muito orgulhosos, por ter uma pessoa como você, fazendo parte da família "ABLC".  Parabéns.

Poeta Balbino Neto       

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Posse do poeta Guaipuan Vieira na Academia Brasileira de Literatura -ABLC
DIA 18 DE AGOSTO DE 2012
ÀS 16H
PATRONO: LEONARDO MOTA, CADEIRA Nº 19