BRUMADINHO-MARCAS APOCALÍPTICAS DO SÉCULO XXI
Lágrimas de
uma tragédia
No solo são
derramadas
Que entre o luto,
sobre pranto
Muitas ações são
formadas
Mas
a dor de entes queridos
São marcas nunca
apagadas.
Sei que o tempo está mudado
Ninguém vê nem quer saber,
O egoísmo é bem mais forte
Quem vale sempre é o poder
E a alma presa na fúria
Constrói o seu
padecer.
A sede pelo poder
Gera desastre e
conflito
Quem mais sofre é o
inocente
O efeito de cada
atrito
Sendo vítima do
descaso
Tem seu direito
restrito.
Brumadinho mostra ao
mundo
A tragédia pavorosa
Origens de uma
ganância
Mente impura e
criminosa
Que alimentava o
descaso
Para esta cena
penosa.
Não existe um só
culpado
Pra tragédia
anunciada
Mas um grupo formador
Tendo mente alienada
Olhando só
para si
E ao próximo
não vê nada.
Há três anos houve o crime
Da barragem do Fundão
Tendo vítima fatal
Com forte destruição
Lá na velho Mariana
Coberta de solidão.
E até hoje aquela gente
Não tem a sua morada
Só promessas que se vão
Pelo tempo carregada
Como os sonhos que se foram
Naquela tosca enxurrado.
O cenário se repete
Entre vozes de clemência,
Desta vez mais agravante
Em razão de negligencia
Da Vale que foi culpada
Do episódio sem decência.
Brumadinho enluteceu
Entre uma hora amargada
Que o rio Paraopeba
Chora a tragédia formada
Velando
sobre seu leito
A vítima sepultada.
Aqueles aís de tristeza
De criança, jovem e idoso
Arrastados pela lama
Foi cenário tenebroso
Que feriu almas sensatas
Menos a do criminoso.
O órfão espiando o tempo
No olhar tristonho e cansado
Vê o corro com passageiro
Ele sendo soterrado
Naquela viagem sem volta
Pagando pelo culpado(...)