Outra vez com minha rima
Um dom de Deus concedido
Venho descrever história
De um terrível bandido
Pistoleiro perigoso
E no Nordeste temido.
Joaquim Leandro se chama
Sobrenome Marciel,
Mas na dupla identidade
Por ser sujeito infiel,
Francisco de Assis Brasil,
Outro registro em papel.
Em São João do Rio do Peixe
Na Paraíba o estado,
Bem perto de Catolé
Um município afamado
Catanã nasceu, criou-se
Foi vendo o crime ao seu lado.
Seu pai era um agricultor
Lá naquela região
Moço calmo e bem querido
Daquela população,
Mas cobiçaram sua terra
Que gerou uma confusão.
Terreno apegado ao seu
Um sujeito então comprou
E com falso documento
Bem rápido apresentou
Para o pai de Catanã
Que perplexo ele ficou.
Aquele vizinho novo
Com o coração de maldade
Disse ao moço agricultor
Terra doutro não se invade
Sou dono de trinta braças
Documento é a verdade.
O velho partiu pra cima
Daquele desaforado
Com foice na direção
Pra não ser desrespeitado
Mas um tiro de revólver
Recebeu pra ser finado.
Catanã adolescente
Viu seu pai assassinado
E entre o manto da tristeza
Vingança fui resultado,
Mês depois o desafeto
Matou por ser obrigado...
Este cordel foi lançado na Bienal do Livro em Fortaleza, em 2022.
É composto de 31 estrofes - Edição Cecordel. Leia também:
http://amlece.blogspot.com/2007/12/as-faanhas-do-pistoleiro-catan-por.html