sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Arte de piauiense tem boa receptividade no Acre

O piauiense Uiratan Vieira, poeta, escritor e pintor está se firmando com o trabalho que vem realizando na cidade do Acre. Os jornais locais sempre reservam um espaço em suas páginas para divulgar as atividades de Uiratan, que vive de seus dotes artísticos. Filho do conceituado poeta e escritor Hermes Vieira, das plagas do Piauí. Uiratan saiu de Teresina há vários anos, em busca de apoio artístico. Hoje com muita notoriedade no estado do Acre,conservando sua modéstia,ele diz que no Piauí é muito difícil para um artista conseguir vencer, principalmente se ele for filho do estado. “No entanto, não nego minhas origens. Pelo contrario, me orgulho delas e pretendo retornar ao meu estado”,diz ele, acrescentando: “Mas só voltarei quando estiver firmado em minha carreira com escritor e pintor”(Uiratan tem belos quadros, com muita aceitação em Cruzeiro do Sul). E concluíndo envia seu recado para os piauienses: “Espero que o povo do meu estado saiba realmente valorizar os filhos da terra, e que é seu”. No poema CORDA CORDELINA ele deslumbra sua poética entre o popular e o erudito:

Escrevi cada livreto
Nos divãs da aura santa
São quintetos pendurados
Que tem nos cordões grifados
Seu nome que o povo canta.

Violas e cantadores
Expressado os seus valores
E toda orla se encanta.

Pois tu és cordel cantado
De recheio e belo ungüento
Donde as musas inspiram o toque
E o poeta rima o enfoque
Nos lirais do pensamento.

De um cordel literatura
Onde a gente tece e jura
Melhor entretenimento.

Meigo vivo está na veia
Das tuas teias freme a rima
Pondo as auras cor da aurora
Pra meu povo a toda hora
Que lhe canta adora e prima.

Mas se vai limo a moldura
Faz varrer tenaz usura
Do edital voraz da sina.

Vencer ledo herói ninar
Caminhar de boca em boca
Nos trovar que te fenecem
Estilos desaparecem
Mais tu hás de perdurar.

Alva corda nordestina
Livre solta e libertina
No cordel doce rimar!

Fonte: Jornal O DIA (Transcrição da Folha do Acre) –Teresina, terça/quarta-feira, 25/26/12/1984
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