terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

BRUMADINHO-MARCAS APOCALÍPTICAS DO SÉCULO XXI

                         Lágrimas de uma tragédia    
No solo são derramadas
Que entre o luto, sobre pranto
Muitas ações são formadas
Mas a dor de entes queridos   
São marcas nunca apagadas.

Sei que o tempo está mudado
Ninguém vê nem quer saber,
O egoísmo é bem mais forte
Quem vale sempre é o poder
E a alma presa na fúria
Constrói o seu padecer.

A sede pelo poder
Gera desastre e conflito
Quem mais sofre é o inocente
O efeito de cada atrito
Sendo vítima do descaso
Tem seu direito restrito.
               
Brumadinho mostra ao mundo
A tragédia pavorosa
Origens de uma ganância
Mente impura e criminosa
Que alimentava o descaso
Para esta cena penosa.

Não existe um só culpado
Pra tragédia anunciada
Mas um grupo formador
Tendo mente alienada
Olhando só para si
E ao próximo não vê nada.
             
Há três anos houve o crime

Da barragem do Fundão

Tendo vítima fatal

Com forte destruição 
Lá na velho Mariana
Coberta de solidão.


E até hoje aquela gente
Não tem a sua morada
Só promessas que se vão
Pelo tempo carregada
Como os sonhos que se foram
Naquela tosca enxurrado.
                
O cenário se repete
Entre vozes de clemência,
Desta vez mais agravante
Em razão de negligencia
Da Vale que foi culpada
Do episódio sem decência.

Brumadinho enluteceu
Entre uma hora amargada
Que o rio Paraopeba
Chora a tragédia formada
Velando sobre seu leito
A vítima sepultada.

Aqueles aís de tristeza
De criança, jovem e idoso
Arrastados pela lama
Foi cenário tenebroso 
Que feriu almas sensatas
Menos a do criminoso. 
 
O órfão espiando o tempo 
No olhar tristonho e cansado
Vê o corro com passageiro
Ele sendo soterrado
Naquela viagem sem volta
Pagando pelo culpado(...)



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