sábado, 21 de maio de 2011

A bela história de um herói anônimo

Adolescente que começou em projeto social do Bom Jardim está arrumando as malas para estudar em universidade dos Estados Unidos
O mês da grande mudança na vida de Átila Sá, de 18 anos, está marcado: agosto, quando embarca para estudar nos Estados Unidos. Mas as pequenas mudanças, aquelas que operam as grandes transformações, ele começou ainda criança, ao entrar no projeto social José Henrique, no bairro do Bom Jardim.

Demonstrando interesse pelos estudos, Átila contou com o suporte do projeto e do apadrinhamento de uma família inglesa, através da parceria com a organização Compassion. Com acesso a cursos de teatro, informática e inglês, o menino seguiu estudando e pensando em uma universidade pública e no mercado de trabalho.
Através do programa Jovem Aprendiz, Átila se interessou por uma oportunidade no Instituto Nordeste de Cidadania (Inec), justamente pelo trabalho com projetos sociais e comunidades rurais. Para conseguir a vaga, convenceu-os de que um rapaz de 15 anos, dois anos a menos do que o perfil desejado, poderia encarar o desafio.
Encarou e ainda usou o dinheiro ganho para complementar a bolsa parcial que havia conseguido em uma escola particular, pensando na preparação para o vestibular. O tempo passado no Inec foi decisivo para a escolha profissional de Átila: Ciências Sociais, curso para o qual foi aprovado na Universidade Federal do Ceará (UFC).
Bolsa nos EUA
Quando a determinação do rapaz parecia o ter levado ao lugar desejado, ensino de qualidade e público, ele encarou mais um desafio: a possibilidade de estudar nos Estados Unidos. Em julho de 2010, Átila descobriu o programa Oportunidades Acadêmicas do Education USA, apoiado pelo Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado Americano. Mesmo faltando somente duas semanas para o fim do prazo, ele correu para enviar a documentação e passou pelas fases, que incluíam prova e entrevistas por telefone em inglês. Átila relembra que, após entrar no programa, começou a concorrência e os seis meses de processo seletivo para ser aceito em uma universidade americana, fase não garantida pelo Oportunidades Acadêmicas.

O longo caminho percorrido só teve o destino confirmado no começo de 2011, quando recebeu a carta de aceitação para estudar Sociologia na Berea College, no estado do Kentucky, que lhe garantiu bolsa integral com estudo, alimentação e moradia. “Minha mãe está meio assustada, mas vai dar tudo certo. Quando tirei meu passaporte, parecia que tinha ganho uma medalha. A universidade é maravilhosa e vai receber 30 alunos estrangeiros. Eu sou o único do Brasil. Vai ser ótimo conviver com outra cultura, aprender na experiência”, comentou Átila, ansioso para o embarque em agosto.
Quem

ENTENDA A NOTÍCIA

Átila Sá tem 18 anos e vai cursar Sociologia no estado no Kentucky, após ganhar bolsa integral. Advindo de projeto social no Bom Jardim, onde vive com a família, Átila é um daqueles exemplos de determinação a ser seguido.

SAIBA MAIS

Com tantas conquistas em tão pouco tempo, Átila Sá encarou a entrada no projeto iniciado pelo colega Italo Ribeiro, o React and Change, que objetiva “estabelecer uma relação entre a juventude e o governo, com a capacitação de jovens brasileiros para serem empreendedores sociais e líderes e implementem novos projetos comunitários”.

O projeto promoverá “Fórum juventude por capacitação”, que contará com a presença de 50 jovens das regiões Nordeste e Sudeste. O evento será no final de julho. Para Átila, uma grande despedida.

Samaisa dos Anjos
samaisa@opovo.com.br
Fonte: Jornal O POVO   21.05.2011

    CORDEL 

      Eleuda de Carvalho
  da Redação - Jornal O POVO

É a Escola Emanuel. De longe, vozes de crianças brincando, porque chegamos bem na hora do recreio.

A Escola Emanuel é um bocado diferente de outras escolas da periferia. Aqui tem merenda escolar, tem sala de computador (com dez computadores!), biblioteca, e no pátio tem até uma casinha-escorrega de madeira pra garotada se divertir. Outra coisa bem diferente é que os alunos da professora Sharleny Vieira estudam e aprendem a fazer poesia de cordel, também chamado de folheto. No dia que a gente foi lá, a turma estava preparando cordéis muito especiais: era o presente deles para o Dia das Mães. (...)

A professora Sharleny é filha do poeta cordelista Guaipuan Vieira. A idéia de dar aulas utilizando o cordel é uma ''herança de meu pai'', disse. Há três anos, ela criou o projeto Clube do Cordel, do qual participam alunos de 6 a 14 anos. (...)

Átila , 10 anos, também estuda na 5ª série. Ele escreveu dois dos quatro folhetos lançados pelo Projeto Cordel, e também gosta muito da leitura. Da biblioteca da escola, ele leu o romance Ubirajara, de José de Alencar, e o livro de aventuras Viagem ao Centro da Terra, do escritor francês Júlio Verne.

Matéria na integra no site:  http://www.cecordel.com/

Em Cordeis Infantis

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